segunda-feira, 18 de abril de 2011

Hora da leitura




"STEWART BRAND, criador do Dia da Terra, decidiu rever seus conceitos sobre energia nuclear e produtos transgênicos. [...] No livro Whole Earth Discipline: An Ecopragmatist Manifesto (Disciplina geral da Terra: um manifesto ecopragmatico), Brand defende quase tudo o que os verdes tradicionais como Al Gore veem com medo e ódio: energia nuclear, alimentos geneticamente modificados, engenharia do clima e megacidades densamentes povoadas. [...]
"Seleções Reader's Digest: No novo livro, o senhor usa termos bem fortes para criticar os colegas ambientalistas, como "desatualizado", "negativo demais", "agarrado demais à tradição". "Stewart Brand: Para entender por que critico, é preciso lembrar que, no inicio do movimento ambiental, nas décadas de 1970 e 1980, o credo verde foi construido sobre três "contras": contra a energia nuclear, contra os produtos agrícolas e contra as cidades densamente povoadas. Essas ideias negativas se entranharam na filosofia do movimento ambiental. Mas o mundo mudou radicalmente. Hoje estamos diante da ameaça do aquecimento global catastrófico e a aplicação da tecnologia é a nossa única chance de reverter essa devastação do efeito estufa. Em consequência, é preciso reexaminar e repensar algumas ideias verdes fundamentais. [...] Vejamos duas: as ideias antes sacrossantas de que a energia nuclear e os produtos geneticamente modificados são ruins. Isso simplesmente não faz mais sentido. Estão em amadurecimento várias tecnologias promissoras para enfrentar o desafio da mudança climatica, com avanços na geração de energia nuclear e a criação de produtos geneticamente modificados que usam menos água e energia. [...] "Seleções: Vamos falar da energia nuclear, que agora o senhor defende. Até que ponto ela é pratica? Ela cria todos aqueles residuos perigosos e não temos como nos livrar deles. "Stewart Brand: Estima-se que a poluição da queima do carvão provoque 30 mil mortes por ano em decorrência de doenças pulmonares nos EUA e 350 mil na China. Uma usina termoelétrica de um gigawatt queima 3 milhões de toneladas de carvão por ano e produz 7 milhões de toneladas de CO2, que vão imediatamente para a atmosfera, onde ninguem pode controlá-las. O uso de um reator nuclear para gerar 1 gigawatt por ano só exige umas vinte toneladas de combustível nuclear. É verdade que os reatores nucleares criam 20 toneladas de residuos radioativos, mas absolutamente nenhum dióxido de carbono. É só fazer as contas. [...] Hoje, esses residuos são postos em barris forrados de chumbo e cuidadosamente monitorados pelo governo. Já os milhões de toneladas de dióxido de carbono que uma fornalha de carvão joga na atmosfera não são controlados nem recuperáveis. Uma coisa nova que vem surgindo no armazenamento dos residuos nucleares é a chamada tecnologia de poço, desenvolvida pelo setor de petróleo e gás. A ideia é cavar um poço com uns 5 mil metros de profundidade e uns 45 centimetros de largura. Lá no fundo, no leito rochoso, a água é extremamente salina e nunca se mistura com a água doce da superfície. Podemos jogar no poço as varas de combustivel gasto, empilhá-las por uns 1500 metros, jogar concreto e esquecer. E há uma nova inovação da tecnologia nuclear que está prestes a surgir: os reatores de quarta geração que podem reprocessar esse combustivel gasto." Revista Seleções Reader's Digest

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O que está acontecendo?


Assisto ao noticiário da TV, e vejo tudo acontecendo ao mesmo tempo. Parece que o mundo acordou de um cochilo e resolveu fazer história. Fatos importantes e recorrentes ao passado acontecem simultaneamente por toda a parte, exatamente como fatos históricos ocorrem.


"De repente" o povo se revolta contra quem os reprime; de repente a terra resolve tremer no Japão; de repente a imprensa se mostra "levemente" censurada no nosso país vizinho; de repente acham os restos (e corpos) de um avião (e de seus passageiros) que caiu no mar; o “de repente” nunca existiu.


Estes fatos certamente vêm acontecendo todos os dias e quando se mostram mais nítidos, são divulgados. O povo se rebelava cada dia um pouco, até explodir; a terra sempre mexeu, desta vez a natureza resolveu ser mais severa; os outros fatos já vinham ocorrendo e sendo investigados, só que por parecer mais importante agora, veio à tona.


Ao que parece, o mundo sempre esteve acordado. Enquanto eu sempre dormi para ele.

domingo, 13 de março de 2011

日本へ

Eu estava esperando os outros membros se manifestarem, mas pelo visto eles não têm tempo.

Pensei em muitos temas nas últimas três semanas. Nada novo, afinal dificilmente se cria alguma coisa. Pensei em temas comuns, mas que eu gostaria muito de discutir por aqui. Por fim, com medo do “clichê iminente”, como sugestão do Eron (O Pseudo-Jornalista), vou fazer um brevíssimo resumo da situação japonesa nos últimos dias.

Como provavelmente todos já puderam ver nos telejornais, na última sexta-feira, dia 11, a costa nordeste do Japão foi atingida por um terremoto de 9 graus na famosa Escala Richter - que gerou Tsunamis e mortes. A Costa do Pacífico está ameaçada.

“O terremoto, que foi seguido de um devastador tsunami, causou pelo menos 900 mortos, 642 desaparecidos e 1.570 feridos, segundo o último cálculo da polícia local.

O terremoto de 9 graus ndo Japão é o segundo de maior magnitude ocorrido no mundo desde o começo do século XX. Só é superado pelo terremoto de 22 de maio de 1960 em Valdivia, no Chile, que alcançou 9,5 graus de magnitude e deixou cerca de 6.000 mortos.”

Não sei o que mais me impressiona. A persistência dos japoneses, ou os jornalistas.

Nosso querido William Bonner não disfarça o interesse em NOTÍCIAS, NOTÍCIAS, NOTÍCIAS, CATÁSTROFE DÁ AUDIÊNCIA no Twitter. Achei ótimo quando ele postou o seguinte:

Tudo bem, é o trabalho dele, mas... Não sei. Às vezes esse trabalho me parece feroz demais.

Para mais detalhes sobre o Terremoto, você pode clicar aqui, aqui ou aqui.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Epopéia Egípcia - Afinal, o que está acontecendo?

Tudo começou na Tunísia, com a Revolução Jasmim. Por meio de protestos, a população tunisiana conseguiu levar o presidente Ben Ali a uma fuga do país, depois que o próprio exército aderiu ao movimento, o que desencadeou uma série de manifestações do gênero por países da África e do Oriente Médio: Mauritânia, Argélia, Egito, Sudão, Jordânia, Iêmen e Omã. (E você nunca ouviu falar no tal Omã!)

O que mais tem aparecido na mídia são os protestos no Egito, país governado pelo mesmo presidente há 30 anos, apesar de isso não ser uma exclusividade egípcia: na Tunísia, Ben Ali permaneceu por 23 anos no governo. No Sudão, Omar al-Bashir está há 21 anos no poder e, na Líbia, Muammar Gaddafi está há 41 anos metendo o terror no governo.

Depois da queda de Ben Ali, os egípcios acabaram por manifestar sua indignação contra o governo de Hosni Mubarak, presidente egípcio. Com o auxílio de redes sociais como o Twitter e o Orkut, os manifestantes se organizaram tão fortemente, que o ilustríssimo governante cortou a internet do país. Gente fina ele.

O líder da oposição e Prêmio Nobel da Paz, Mohamed El-Baradei chegou a ser preso. Só foi libertado por quê? Repercussão internacional com conseqüente pressão.
Obviamente, os EUA não poderiam deixar de ser citados.

"O Egito é o quarto país que mais recebe recursos dos EUA – R$ 2,5 bilhões (US$ 1,5 bilhão) por ano. Mubarak tem sido um aliado histórico dos americanos, que temem que o fim do regime abra caminho para que a Irmandade Muçulmana assuma o poder."

E agora, Obama?

Barak Obama, depois de muita pressão externa, pediu para que Mubarak parasse de dar alok voltasse atrás em medidas absurdas como soltar os presos para que saqueassem as casas do país (uma medida revoltante para provocar o pânico nos manifestantes e pressioná-los) e reconsiderasse as medidas autoritárias, porque, convenhamos, não ia ficar bem pra imagem do Primeiro Presidente Negro dos EUA dar apoio a um ditador. Quer dizer, se fosse anos atrás, sem a internet e a democratização do acesso à informação... Mas não é o caso, então o ilustre morador da Casa Branca pediu que o colega iniciasse uma “transição ordenada e pacífica em direção a um governo sensível às aspirações do povo egípcio, incluindo a credibilidade, assim como as negociações entre o governo e a oposição".

Boa Obama, mas ninguém quer que a Irmandade Muçulmana assuma o poder, né? Por isso demorou tanto para intervir?

No Sudão, as declarações de Al-Bashir sobre a independência do sul do país parecem favoráveis, pelo menos à primeira vista: "Nós anunciaremos hoje, diante do mundo, que aceitamos o resultado e respeitamos a escolha do povo do sul sudanês. O resultado do referendo é bem conhecido. O sul do Sudão escolheu a secessão. Mas nós estamos comprometidos com os vínculos entre o norte e o sul, e estamos comprometidos com boas relações, baseadas na cooperação".

Enquanto isso, Mubarak tenta permanecer no governo, prolongando seu modesto mandato ao máximo por meio de medidas paliativas. O governo do Egito decidiu hoje conceder um aumento de 15% nos salários e pensões de funcionários públicos, uma clara tentativa de acalmar os ânimos e aumentar o número de manifestantes a favor de seu governo (esperamos que não surta efeito) que, como sempre acontece nesses casos, entraram em confronto com os opositores.

Não vejo outro caminho possível ao Egito que não seja a renúncia do presidente Mubarak. Me parece ilógico que ainda haja governos ditatoriais ao redor do mundo, mas seria ilusão crer que todo o planeta vive (ou mesmo que poderia viver) na mais linda democracia. Não sei quanto a vocês. Mas ao que me parece, a onda de protestos no Egito está longe do fim.

Saiba mais em:
http://noticias.r7.com/internacional/fotos/grito-de-liberdade-a-revolta-no-mundo-arabe-20110129-20.html#fotos
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/afinal-o-que-esta-acontecendo-no-egito-20110203.html
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,mubarak-aumenta-salario-de-funcionarios-publicos,676295,0.htm
_____________________________________________________________________

Certo. Meu primeiro post – tirando o do Zé. Que desastre.
Muito bem. Espero que meu post “informal” não tenha sido muito mal visto. Perdoem a falta de erudição.
Uma questão que tem sido levantada por aí é: será que se isso fosse no Brasil, “geral” ia pras ruas?
Não lembram da Ditadura não? “Até” em Florianópolis tivemos manifestações expressivas!
Creio que o protesto – principalmente o ativista – é uma maneira de dar um grito – bem forte – contra uma repressão. Quando temos a liberdade que temos no Brasil de expressar nossa indignação contra o governo, protestos violentos acabam parecendo exagero e dão margem a críticas violentas e manipulação midiática.
Acredito bem mais em acordos que em confrontos nas ruas. Apesar de eles se tornarem necessários por vezes, quando muito repetitivos tornam-se banais e sem sentido.
Só um comentário pós-post pra (tentar) abrir uma discussão.
Joguem pedras à vontade.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Artista da Semana

"O Brasil é incrivelmente rico em questão musical", blablablá, já cansei de reler esse texto. Por isso, meu primeiro post na Desordem vai ser um "Artista da Semana" com algumas informações sobre o artista em questão. E eu escolhi Zé Ramalho. Cliquem à vontade nos links. São vídeos. Dica.

Posteriormente pretendo mostrar cantores e cantoras - bandas também - que vêm se lançando no cenário musical brasileiro mas que, obviamente, por serem muito bons, não aparecem muito por aí. Mas deixemos isso pra outra ocasião.

Zé Ramalho é um cantor e compositor nordestino que mescla elementos da música nordestina com suas influências no rock (sendo Bob Dylan, Raul Seixas e Pink Floyd os mais evidentes).

Sua música é marcada pela versatilidade, sem perder o tom original e inconfundível de suas músicas de letras fortes e poesias reflexivas.



[Eu ia colocar o vídeo da minha música preferida dele, a versão em que ele canta com a Elba Ramalho, mas a qualidade era muito ruim. Quem quiser saber qual é, o link é este.]